Bara:
Como muitos não conhecem profundamente a religião iorubá, tiram conclusões apressadas e erradas quando se referem a Bará, tornando-o uma entidade voltada para o mal e apresenta nos círculos menos evoluídos como portadores de defeitos físicos, confundido com os Kiumbas (entidades defeituosas).Embora conhecido como um escravo, a grande realidade é que Exú também é um Orixá, representando os santos como mensageiro, verdadeiro secretário, o cobrador da lei causa/efeito. Não se pode ir a um Orixá sem antes tratar de Exú. Ele dança com satisfação qualquer toque aos Orixá, Exceto para Oxálufan, com qual ele brigou por desejar seu trono.Exú é o detentor de axé e quem, junto com Olorum criou o universo, como já foi falado anteriormente orixá não tem hierarquia eles possuem o mesmo poder.Na nação cabinda Orixá Bará é classificado como:Bará lodê ,Bara Lana,Bara Adagué e BaraAgelú. Diz a lenda... Um dia, oxalá cansado de ser zombado e trapaceado por exú, pois oxalá era muito orgulhoso e geralmente não dava oferendas a exú por ser um orixá mais velho. Decidiu combater exú para ver quem era o orixá mais forte e respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de bará a qual continha o seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo.Foi desde então que oxalá permitiu que bará recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar... ...Bará não possuia riquezas, não possuía terras, não possuía rios, não tinha nenhuma profissão, nem artes e nem missão. Bará ficava vagando pelo mundo sem paradeiro. Um belo dia , Bará resolveu frequentar casa de Oxalá, gostou e passou a ir todos os dias . Na casa de Oxalá, Bará ficava distraído vendo o velho fabricando os seres humanos. Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco, quatro dias, sete dias, e nada aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho orixá, apreciavam sua obra e partiam.
Bará foi o único que ficou na casa de Oxalá ele permaneceu por lá durante dezesseis anos. Bará prestava muita atenção em como Oxalá fabricava os seres humanos e aprendeu como modelava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens, as mãos, os pés, a boca, os olhos, e a vagina das mulheres. Durante dezesseis anos ali ficou auxiliando o velho Orixá. Bará observava, não perguntava nada prestava muito atenção e com o passar do tempo aprendeu tudo com o velho. Um dia Oxalá disse para Bará ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham à sua casa. Para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda a Oxalá.
Cada vez mais havia mais humanos para Oxalá fazer. Oxalá não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Oxalá nem tinha tempo para as visitas. Bará que tinha aprendido tudo, agora podia ajudar Oxalá. Era ele quem recebia as oferendas e as entregava a Oxalá. Ele executava bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo. Assim, quem viesse à casa de Oxalá teria que pagar também alguma coisa a Bara,que por sua vez mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Oxalá. Armado de um ogó( poderoso porrete), afastava os indesejáveis e punia quem tentasse burlar sua vigilância. como Bará trabalhava demais fez sua casa ali na encruzilhada. Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar, e sua casa.Bará ficou rico e poderoso. E ninguém pode mais passar pela encruzilhada sem fazer uma paga a ele suas devidas oferendas. Orixá Bará deve sempre ser ofertado e saudado antes de outros orixás sua exiistencia é de extrema importancia porque é o Orixá da rua cuida de nossos caminhos do portão de nossas casas nos auxilia em negócios,comércios...
Odé e Exu eram irmãos e filhos de Yemanjá. Ogum era calmo, tranqüilo, pacato e caçador, ele é que provia a casa de alimentos, pois Exu gostava de sair no mundo e Odé era contemplativo e descansado. Num belo dia, Ogum voltando de uma caçada, vê sua casa cercada por guerreiros de outras terras. Vendo sua casa em chamas e seus parentes gritando por socorro, tomou-se de uma ira incontrolável chamada sairê, e lutando sozinho derrotou todos os agressores, não deixando um só vivo. Dai em diante, Ogum iniciou seu irmão Odé na caça e disse a sua mãe.
- Mãe, preciso ir, tenho de lutar, tenho de vencer, tenho de conquistar. Mas se em qualquer momento, qualquer um de vocês, estiver em perigo, pense em mim, que voltarei de qualquer lugar para defendê-los.
Assim partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo, vencia a todos os exércitos sem mesmo ter um exército, tornou-se assim a verdadeira força da vitória.
Outra Lenda de Ogum nos conta que Após retornar de suas batalhas vitoriosas e depois de numerosos anos ausentes. Ogum decidiu voltar a Irê (primeira cidade construída e sob governo de seu filho) quando chegou teve a impressão que ninguém o reconhecia, tentou conversar com seus súditos e foi ignorado. Ogum cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas. Quando seu filho lembrou-o que este dia era sagrado e as pessoas não podiam falar por ordem do próprio Ogum. Ogum então lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Porém, antes de desaparecer pronunciou algumas palavras. Palavras ditas pelos filhos de Ogum para aclamar sua defesa, caso estejam em perigo.
Oya:
Ogum pronto, numa caçada, para abater um imponente búfalo, percebe que de repente a pele do animal se abre de dentro sai a bela Oyá.
Linda, ricamente vestida e cheia de ornamentos que valorizavam sua beleza e sensualidade. Ela dobrou a pele do búfalo e o escondeu num formigueiro, dirigindo-se para a cidade. Ogum a seguiu e completamente dominado pela sua beleza, propôs-lhe casamento, o que não foi aceito. Ogum, então voltou, pegou a pele no esconderijo e a guardou para si, voltando para a cidade. Quando Oyá, descobriu o roubo da pele, voltou a cidade e encontrando Ogum a sua espera, acusou-o, exigiu o que era seu e Ogum nada, fingia-se de tonto, não admitindo nada. Oyá percebeu que teria de render-se e aceitar as propostas de Ogum, se quisesse seus pertences de volta. Mas impôs-lhe três condições:
- Ninguém nunca poderia usar cascas de dendê para fazer fogo; e
- Ninguém nunca poderia rodar um pilão pelo chão da casa.
Ogum aceitou as condições e se casaram.
Isso porém desagradou as demais mulheres de Ogum que passaram a sentir ciúmes da bela Oyá. Ousadamente, após o nono filho de Oyá, e ainda sendo a preferida de Ogum, as demais mulheres resolveram tomar uma atitude.
Embriagaram Ogum com vinho de palma, e conseguiram que ele lhes contasse o segredo de Iansã.
Elas então acusaram-na de ser um animal e até lhes disseram onde estavam suas pele, chifres e cascos. Oyá fingiu que não era com ela, mas quando saiu sozinha, correu até o lugar indicado e achou seus pertences. Vestiu-os e eles se ajustaram perfeitamente, retomou a força do animal e com raiva atacou as outras mulheres e as matou. Ela pretendia voltar para a floresta, mas seus filhos a chamavam de volta. Ela então pegou seus chifres e os deu a eles, dizendo-lhes que se algum dia dela precisassem, que os tocasse e ela surgiria para defendê-los.
Ogum foi caçar na floresta, como fazia todos os dias. De repente, um búfalo veio em sua direção rápido como um relâmpago; notando algo de diferente no animal, Ogum tratou de segui-lo. O búfalo parou em cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua pele, transformando-se numa linda mulher. Era Iansã, coberta por belos panos coloridos e braceletes de cobre. Iansã fez da pele uma trouxa, colocou os chifres dentro e escondeu-a no formigueiro, partindo em direção ao mercado, sem perceber que Ogum tinha visto tudo. Assim que ela se foi, Ogum se apoderou da trouxa, guardando-a em seu celeiro. Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher ate que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a corte. Quando anoiteceu, ela voltou à floresta e, para sua surpresa, não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou Ogum, que lhe disse estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo (pois ele sabia que ela não era uma mulher e sim animal), Iansã foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibí-lo de comentar o assunto com qualquer pessoa. Chegando em casa, Ogum explicou suas outras esposas que Iansã iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria bem; enquanto Ogum saía para trabalhar, Iansã passava o dia procurando sua trouxa. Desse casamento nasceram nove crianças, o que despertou ciúmes das outras esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu embriagar Ogum e ele acabou relatando o mistério que envolvia Iansã. Depois que Ogum dormiu as mulheres foram insulta-las , dizendo que ela era um animal e revelando que sua trouxa estava escondida no celeiro. Iansã encontrou então sua pele e seus chifres. Assumiu a forma de búfalo e partiu para cima de todos, poupando apenas seus filhos. Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo bater as duas pontas; Com esse sinal ela iria socorrê-los imediatamente.
Outra lenda conta que Iansã vivia feliz com ogum, pois os dois tinham muitas coisas em comum, como o gosto pela guerra e o desejo de desbravar novos lugares. Gostavam da companhia um do outro, sentindo-se em harmonia. Com ele, que é conhecedor de todos os caminhos, Iansã aprendeu a andar pela Terra. Gostava muito de vê-lo trabalhar, em seu ofício de ferreiro, tentando aprender como ele confeccionava suas armas e ferramentas. Iansã pedia insistentemente que lhe fizesse uma arma para guerrear. Um dia, ogum a surpreendeu, oferecendo-lhe uma espada curva, que era ideal para seu uso. Isso a agradou muito, tanto que, mais tarde, todo seu exército estava usando esse mesmo tipo de arma. Mas ogum não a levava em suas batalhas, deixando-a sozinha e entediada. Sem falar no tempo que gastava em seus afazeres de ferreiro. Iansã adorava a liberdade, mas, ao mesmo tempo, não dispensava uma boa companhia. Começou a sentir-se rejeitada por ele. Foi nesse momento que Xangô, o grande rei, foi procurar ogum, pois precisava de armas para seu exército. Ele era muito atraente e cuidadoso com sua aparência. Era impossível não notar sua presença. Ogum, aceitando o pedido, começou a produzir armas para Xangô, que tinha muita urgência. Ficaria na aldeia o tempo necessário para o término do serviço. Xangô também notou a presença de Iansã, sentindo uma grande atração por ela. Com seu jeito de ser, aproximou-se dela para trocar conhecimentos a respeito de suas habilidades. Descobriram, nessas conversas, que possuíam muitas afinidades, inclusive que não gostavam de viver isolados, assim como ogum . Iansã estava muito interessada em Xangô e em tudo o que estava aprendendo com ele, mas não queria magoar ogum, a quem respeitava muito. Xangô propôs-lhe uma união eterna, sem monotonia, sem solidão, viajando sempre juntos por toda a Terra. Seria uma união perfeita. Quando ogum terminou seu trabalho, os dois já haviam partido. Ele ficou enfurecido com a traição de ambos, mesmo sabendo que sua companheira não podia ficar cativa para sempre. Partiu atrás deles para vingar sua desonra! Iansã estava vindo ao seu encontro, para explicar-lhe que não poderia mais ficar com ele, pois Xangô a completava, mas que iria respeitá-lo sempre como grande orixá da guerra. Ogum estava tão enfurecido, que não ouviu o que ela dizia, e foi com grande fúria que investiu contra ela, erguendo sua espada. Iansã, em defesa própria, também o atacou. Ela foi golpeada em nove partes do seu corpo, e ogum em sete, formando curas. Esses números ficaram muito ligados a esses orixás, assim como as curas, que foram introduzidas nos rituais africanos (candomblé).
- Não! O meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!
E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.
Outra lenda de Odé, conta que numa de suas inúmeras caçadas, sem que tivesse consultado antes Ifá, encontrou uma cobra no mato - Oxumarê. Ela lhe diz que não pode ser morta por ele, pois não é um bicho de penas, ele pouco se importou com o aviso, e matou-a com a lança, cortando-a em diversos pedaços e levando para casa para ele mesmo preparar um guisado, com o qual se refastelou. No dia seguinte, Oxum Demun , sua esposa, prevendo muitas catástrofes, por causa da quebra de tantos tabus, encontra Odé, deitado no chão morto e rastros de cobra que iam em direção a floresta. Oxum chorou tanto e tão alto que Ifá, condoído pela sua dor, fez Odé, o caçador, renascer sob a forma divina de Oxóssi.
Por muitos anos, Otim viveu feliz com o marido. Mas como era a esposa favorita, as outras esposas sentiram-se muito enciumadas.Um dia, reuniram-se e tramaram contra Otim.Era o dia de Otim cozinhar para o marido; ela preparava um prato de milho amarelo cozido, enfeitado com fatias de coco, o predileto do caçador.Quando Otim deixou a cozinha por alguns instantes, as outras sorrateiramente puseram mel na comida.Quando o caçador chegou em casa e sentou-se para comer, percebeu imediatamente o sabor do ingrediente proibido.Furioso, bateu em Otim e lhe disse as coisas mais cruéis, revelando seu segredo: "Tu, com teus quatro seios, sua filha de uma vaca, como ousaste a quebrar meu tabu?"A novidade espalhou-se pela cidade como fogo.Otim, a mulher de quatro seios, era ridicularizada por todos.Otim, fugiu de casa e deixou a cidade do marido
Voltou para sua cidade, Otã, e refugiou-se no palácio do pai.O velho rei a confortou, mas ele sabia que a noticia chegaria também a sua cidade.Em desespero, Otim fugiu para a floresta.Ao correr, tropeçou e caiu. Nesse momento, Otim transformu-se num rio, e o rio correu para o mar.Seu pai, que a seguia, viu que havia perdido a filha. Lá ia o rio fugindo para o mar.Querendo impedir o Rio de continuar sua fuga, desesperado, atirou-se ao chão, e, ali onde caiu, transformou-se em uma montanha, impedindo o caminho do rio Otim para o mar.Mas Otim contornou a montanha e seguiu seu curso.Oquê, a montanha, e Otim, o rio, são cultuados até hoje em Otã.Odé, o caçador, nunca se esqueceu de sua mulher.
Cada divindade tem as suas ervas e folhas particulares, dotadas de virtudes, de acordo com a personalidade do deus. Lydia Cabrera publicou uma lenda interessante, sobre a repartição das folhas entre as divindades:
"Ossanha havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas.
Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia e que Xangô se queixou à sua mulher, Oiá-Iansã, senhora dos ventos, de que somente Ossanha conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que outros deuses estavam no mundo sem possuir nenhuma planta. Oiá levantou suas saias e agitou-as impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Ossanha guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada no galho de árvore. Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou: \\\\\\"Ewé O! Ewé O!\\\\\\" (\\\\\\"Oh! As folhas! Oh! As folhas!\\\\\\"), mas não pôde impedir que os deuses as pegassem e as repartissem entre si".
Outra Lenda nos diz que Ossanha era o filho caçula de Iemanjá e Oxalá, e, desde pequeno, vivia no mato. Tinha uma habilidade especial para tratar qualquer doença, por isso viajava pelo mundo inteiro, sempre sendo recebido com carinho pelo rei de cada tribo. Ele recebeu de Olodumaré o segredo das folhas, assim, sabia qual delas curava doenças, trazia vigor ou deixava as pessoas mais calmas. Os outros Orixás invejavam o irmão, pois não tinham este poder e dependiam de Ossanha para ter sucesso. Ele cobrava por qualquer trabalho, aceitando mel, fumo e cachaça como pagamento pelas curas que realizava. Xangô, que era temperamental, não admitia depender dos serviços de Ossanha , e, por isso, pediu a sua esposa Oyá , Orixá dos ventos, para que as folhas voassem em direção a todos os Orixás, para que cada qual exercesse domínio sobre uma delas. Em meio à ventania, Ossanha repetia uma reza, enquanto cada Orixá se apossou de uma folha, mas com essa reza, Ossanha evitou que seu poder fosse distribuído entre os irmãos, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas e o segredo de pronunciar essa reza de maneira a conservar o poder sobre elas. Com sua sabedoria, até hoje Ossanha permanece o rei das ervas, sendo considerado o Orixá da medicina.
Obá:
Certa vez desafiou Ogum para um combate. O guerreiro, porém antes da luta foi consultar um Babalaô, que o ensinou a fazer uma pasta de milho e quiabo pilados. Ogum esfregou esta pasta no local destinado ao combate. Obá perdeu o equilíbrio, escorregou e caiu no chão. Ogum aproveitou-se disso e ganhou a luta.
Mais tarde, quando Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, uma grande rivalidade não demorou a surgir entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante; Obá era mais velha e usava roupas fora de moda, fato que nem chegava a se dar conta, pois pretendia monopolizar o amor de Xangô. Com este objetivo, sabendo que Xangô era guloso, procurava sempre surpreender os segredos das receitas de cozinha utilizadas por Oxum, a fim de preparar as comidas de Xangô. Oxum, irritada, decidiu pregar-lhe uma peça e, um belo dia, pediu-lhe que viesse assistir um pouco mais tarde, à preparação de determinado prato que, segundo lhe disse Oxum maliciosamente, realizava maravilhas junto a Xangô. Oxum, tendo a cabeça atada por um pano lhe escondia as orelhas, cozinhava uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou-os à sua rival, dizendo-lhe que havia cortado as próprias orelhas, colocando-as para ferver na panela, a fim de preparar o prato predileto de Xangô. Este, chegando logo, tomou a sopa com apetite e deleite e retirou-se, gentil e apressado, em companhia de Oxum.
Na semana seguinte, era a vez de Obá cuidar de Xangô. Ela decidiu pôr em prática a receita maravilhosa: cortou uma de suas orelhas e cozinhou-a numa sopa destinada ao seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer em vê-la com a orelha decepada e achou repugnante o prato que ela lhe serviu. Oxum apareceu, neste momento, retirou seu lenço e mostrou que suas orelhas jamais haviam sido cortadas nem devoradas por Xangô. Começou, então, a caçoar da pobre da Obá, que, furiosa, precipitou-se sobre sua rival. Segui-se uma luta corporal entre elas. Xangô, irritado, fez explodir o seu furor. Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam os seus nomes. No local de confluência dos dois cursos de água, as ondas tornam-se muito agitado em conseqüência da disputa entre as duas divindades.
Outra Lenda nos diz que Obá é a senhora da sociedade Elekoo , porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim, esta sociedade passou a cultuar Egum . Deste modo, Obá é a senhora da sociedade Lesse-Orixá. Ela é uma das três esposas de Xangô.
Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a Xangô em um prato de Amalá, ela o fez, quando viu que Oxum não tinha feito isso antes, evocou-se e as duas brigaram, Xangô em sua ira as expulsou de casa, transformando-as em dois rios.
Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de Xangô mais fiéis a ele.
Xapanã:
Houve uma festa e todos os Orixás estavam presentes. Menos xapana que ficara do lado de fora. Ogum pergunta por que o irmão não vem e Nanã responde que é por vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Ogum resolve ajudá-lo e o leva até a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O filá! Mas a ajuda não dá muito certo, pois muitos viram o que Ogum fizera e continuavam a ter nojo de dançar com o jovem Orixá, menos Iansã, altiva e corajosa, dança com ele e com eles o vento de Iansã que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum.
Todos os Orixás presentes, ficam estupefatos com aquela beleza, principalmente Oxum, que se enche de inveja, mas agora é tarde, xapana não quer mais dançar com ninguém.
Em recompensa pelo gesto de Iansã, xapana dá a ela o poder de também reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, xapana declarou que somente dançaria sozinho!
Outra Lenda nos dia que Oxum era considerada a deusa mais guerreira de Daomeh. Um dia, ela foi conquistar o reino de Oxalá e se apaixonou por ele. Mas este não queria se envolver com outro Orixá que não fosse sua amada esposa Iemanjá. Por isso, explicou tudo a Oxum, mas ela não se fez de rogada. Sabendo que Oxalá adorava vinho de palma, embriagou-o. Ele ficou tão bêbado que se deixou seduzir por Oxum, que acabou ficando grávida. Mas por ter feito isto, foi castigada e deu a luz a um menino horrível, não suportando vê-lo, lançou-o no rio. O menino foi mordido por caranguejos, ficando todo deformado. Por sua terrível aparência, passou a viver longe dos outros Orixás. De tempos em tempos, os Orixás se reuniam para uma festa. Todos dançavam, menos Xapanã, que ficava espreitando da porta, com vergonha de sua feiúra. Ogum percebeu o que acontecia e, com pena, resolveu ajudá-lo, trançando uma roupa de palha da costa, que lhe cobriu todo o corpo. Com este traje, ele voltou a festa e despertou a curiosidade de todos, que queriam saber quem era o Orixá misterioso. Iansã, a mais curiosa de todos, aproximou-se, e neste momento, formou-se um turbilhão e o vento levantou a palha, revelando um rapaz muito bonito. Desde então, os dois Orixás vivem juntos, e os dois passaram a reinar sobre o reino dos mortos.
Ibejis:
Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e brinquedos.
Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe.
O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Orumilá que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, Orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Oxum:
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